Aí você é a pessoa quase mais antissocial do mundo.
De repente, está almoçando no restaurante chinês-japonês da
cidade, concentrada no seu tofu, quando olha para o lado e seu filho está tomando suco no
copo da mocinha bonita da mesa vizinha. O namorado sorri, sem ciúmes daquele
conquistador charmoso de um ano e poucos meses. Ainda na fila do caixa, ele quer
ir para o colo de mais uns três transeuntes.
Nem que você seja a mais Lisbeth Salander da face da Terra, o
anonimato não vai mais funcionar. Afinal, está sempre acompanhada-ofuscada de um bebê fofinho e sorridente que beija e abraça todo mundo na
festa em que você praticamente conhece o aniversariante.
Meus músculos faciais andam doloridos de tanto rir nessas e
dessas situações. Risadas espontâneas e comovidas diante de tanto carisma
natural – acredite, é impossível não se derreter. E risadas da vida, que em
face do meu mau humor e antipatia, me retribui Equilíbrio.